Não rola a bola na Arena da Baixada.
Vinte mil torcedores não veem o Coritiba, com sua formação principal, tomar a iniciativa do não jogo. Nem veem a torcida rubro-negra reclamar do cartão amarelo que o Luis Otávio não tomou com menos de quinze minutos de não partida.
O cotejo não seguiu parelho, com os reservas do Atlético não explorando o contra-ataque na sua própria casa. Em uma não confusão da defesa do Coritiba, a bola não sobra para Douglas Coutinho que não abre o placar aos 30 do primeiro tempo.
Nem sequer tivemos um jogo nervoso até os 40 do segundo tempo, não houve cartões para os dois lados, nem empurra-empurra, sem polêmica naquele lance em que o Kléber não caiu na área rubro-negra. Também, não houve, nos acréscimos do segundo tempo, um tirambaço do Henrique Almeida que não empatou a partida.Afinal, o que tivemos foi uma não partida.
Não partidas não são novidades. Inclusive, costumam ser o que há de mais feio no futebol. São nelas que tricolores cariocas voltam à série A, mesmo tendo sido rebaixados no campo. São não partidas também que decretam torcida única, entre outras baboseiras.
Mas há, também, belas não partidas. Os colombianos que o digam. Mas são exceção.
Como foi excessão a coragem de Atlético e Coritiba ontem. Foi o primeiro Atletiba em que rubro-negros e coxas-brancas jogaram do mesmo lado. E ambas torcidas saíram orgulhosas do que viram. Porque, se não teve futebol, teve colhões. E não há título estadual que dê mais orgulho do que ver suas cores ao lado dos justos.
Assim foi o Atletiba 370, uma não partida para encher de orgulho as maiores torcidas de Curitiba. Quanto aos historiadores, não teimem. O próximo clássico curitibano será o de número 371. E a matemática que se dane: pode somar uma vitória para cada lado nesse Atletiba 370.